terça-feira, 14 de março de 2023
A Casa do Motor a que Davam o Nome de Burro
Por trás da rua São Sebastião, na parte dos fundos da Capela, tem uma rua que se chama Santo Amaro. Lá existe uma casa velha onde mora a família de Zé do Bode, já falecido. Esta casa era conhecida como o Burro.
O "Burro" era um motor enorme que puxava água do rio através de um canalete que caía num gigantesco cacimbão e depois era transferida para o Curtume por outro motor, em um cano de ferro bem grosso onde as crianças gostavam de brincar por ser bem friozinho.
Dona Maria do Burro, Dona Maria do Motor, era como se chamava a mulher que morava na casa e tomava conta.
(Foto e Texto Acervo Zuleide de Paula).
segunda-feira, 13 de março de 2023
quinta-feira, 9 de março de 2023
1948 - A Feira de Peixinhos
O povo passou a se organizar cada vez mais. Viu a necessidade de se ter uma feira livre em Peixinhos. Para Comprar verduras e outras coisas, as pessoas iam muito longe. Ou à feira da preguiça, no carmo de Olinda ou à feira do entrocamento, por traz da Embratel, no Recife, Daí, alguns comerciantes e lideranças reuniran-se para discutir e planejar uma feira para Peixinhos, que começou com duas barracas de verdura e duas de farinha e feijão. Ficou acertado que seria aos domingos pela manhã, para não coincidir com as outras duas feiras, que eram na quarta-feira e no sábado. No Início de 1949, Peixinhos ganhou sua feira livre.
Aos poucos, ela foi crescendo. Novos feirantes traziam frutas e verduras dos seus próprios sítios. Logo, já se vendiam beiju, macaxeira, coco, cocada, rapadura, mel; Artesanatos utilitários, como abanos, feitos de folha de carnaúba; pilão; colher de pau; espanador de agave; vassouras de palha, sem cabo; raspa coco; gaiolas feitas com barba de bode. De barro havia quartinhas, jarras, potes, panelas e aguidar. Do flandre, coco de flandre, candeeiro e alcoviteiro (espécie de candeeiro pequeno a álcool ou a querosene). Surgiram também barracas de vender fumo, rapé e o nosso tradicional caldo de cana. E a feira foi crescendo. Passou a vender carne verde, assim como peixes, mariscos, caranguejo, guaiamum e camarão.
Até o final dos anos 1990, a feira de Peixinhos era considerada a maior do grande Recife. Em 20 de Novembro de 1998, mudou-se para o antigo areal do loteamento Fosforita. A inauguração foi discreta. Mas esse dia serviu para alguns líderes elogiarem a administração da primeira prefeita da história de Olinda, Jacilda Urquiza. A mudança de local fez com que perdesse o título de maior feira do grande Recife.
Atualmente, incorporaram-se a feira da sulanca e a do troca-troca (Feira do Troca-troca mudou de local, atualmente encontra-ser na rua do Antigo Matadouro de Peixinhos, Atual Nascedouro de Peixinhos), Nesta última, encontra-se coisas muito curiosas sendo oferecidas para venda e troca.
Vista da Feira Livre de Peixinhos na Época em que Ocupava a Avenida Antônio da Costa Azevedo e Parte da Avenida Presidente Kennedy, Fotografia de 1990.
(Texto e Foto Zuleide de Paula: Peixinhos Um Rio Por Onde Nevegam Um Povo e Suas Histórias).
quarta-feira, 8 de março de 2023
Casa Grande do Engenho Nossa Senhora da Ajuda - Década de 1960
A História
Casarão do Engenho Nossa Senhora da Ajuda, Velho ou Forno de Cal/ Olinda.
O engenho, sob a invocação de N. Sra. da Ajuda, ficava localizado a 03 km do Varadouro de Olinda, subindo o rio Beberibe, ocupando todo o delta do Beberibe (região dos pântanos de Olinda), fazia divisa com o Recife e ia até onde hoje está localizada a sede do município de Paulista. De suas terras vinha toda a água potável para o abastecimento de Olinda e representou, para a história, como sendo a primeira fábrica de açúcar em Pernambuco e a segunda em terras brasileiras.
Borges da Fonseca, tratando do colono Pedro Afonso Duro, na sua Nobiliarquia Pernambucana, diz: "Do livro velho da Sé consta que este Pedro Afonso Duro e sua filha Inês Barbosa, foram padrinhos do batismo de Domingos Fernandes Calabar, tão célebre na nossa história, o qual fôra batizado em 15/03/1610, na ermida do Engenho Velho de Jerônimo de Albuquerque, no lugar a que hoje se dá o nome de Forno da Cal".
Ao que parece, o engenho não persistiu em atividade por longos anos, e estava talvez já de fogo morto no tempo dos holandeses, porquanto, de um minucioso escrito do invasor sob o título de Breve discurso sobre o estado das quatro capitanias conquistadas, datado em 1637, em que vem uma detalhada relação de todos os engenhos de Pernambuco, existentes na época, não figura o Nossa Senhora da Ajuda/Olinda.
O antigo engenho de Jerônimo de Albuquerque entrou no abandono sendo invadido por posseiros que exploravam a cal extraída em formato de pedra, derretida em forno e depois misturada com o barro, conseguindo-se assim uma massa que substituía o cimento. Apesar de ter sofrido vários desmembramentos, foi ainda em suas terras que surgiu o bairro de Peixinhos e a Vila Cidade Tabajara (Ouro Preto) - ambos em Olinda, e o bairro de Beberibe em Recife, entre outros. E ainda, foi na área do antigo Forno da Cal que se construiu a Escola de Aprendizes de Marinheiros, o Matadouro de Peixinhos, o Shopping Tacaruna e o Centro de Convenções de Recife.
Para o escritor Costa (1983) foi a fabricação da cal a atividade que substituiu a produção do açúcar no antigo engenho Nossa Senhora da Ajuda. Ele comenta sobre a abundância de água potável e da vegetação, elementos necessários à implantação da nova atividade. Segundo Fosfato (1956), a exploração do calcário iniciou-se com Matias de Albuquerque (1590-1647), no século XVII.
Durante o século XVIII, o eng. Forno da Cal sofreu processos de meação entre herdeiros, doação a ordens religiosas, bem como sua venda em hasta pública.
Em 1859, o inglês Henry Gibson, convenceu a Câmara de Olinda que iria realizar, às suas custas, alguns projetos onerosos para a cidade se ela lhe aforasse “toda a área pantanosa e alagada; – todos os terrenos adjacentes (terras de arvoredos – segundo Foral) que estivessem nas posses ilegais de terceiros, e finalmente, todos os terrenos aforados cujos foreiros houvessem incidido em comisso.” (Diário de Pernambuco, 1972, pág. 5).
Antiga Casa Grande do Engenho de Nossa Senhora da Ajuda no Atual Bairro de Ouro Preto, na Época do Engenho e da Chegada da Família Costa Azevedo esse Local Pertencia ao Bairro de Peixinhos, na Fotografia do Ano de 1968, A Casa Grande já Estava em Completo Abandono e parte em Ruínas Foi Demolida no Início da Década de 1980, E em 1984 Foi Construída e Inagurada a Torre da Extinta Tv Manchete, a Situação da Torre Atualmente é de Completo Abandono e Vítima de Vandalismo e Saques.
1986 Direto do Túnel do Tempo - Vista Parcial do Bairro de Peixinhos, Foto Tirada da Torre do Relógio do Antigo Matadouro de Peixinhos, Vendo-se um Ônibus da Extinta Empresa Amapa Transitando Sentido Subúrbio, Provavelmente a Linha de Jardim Brasil II - Fosforita, Na Época a Avenida Antonio da Costa Azevedo era Mão Dupla, Também na Foto da Para Ver a Padaria de Seu Dema Onde Era a Para de Ônibus, quem Desembarcava era de Lei Comprar o Pão com o saco de Leite Cilpe, Vê-se também a Bueira ao Centro da Imagem no Cruzamento da Av. Antonio da Costa Azevedo com a Rua da Areia e Famoso Come Em Pé de Seu Jonas ponto de parada para o Café da Manhã, Almoço e Jantar, com um cardápio variado, desde Pé de Galinha o Guisadinho de Carne ou Galinha seguido com uma Macaxeirazinha e o delicioso Imhame com Charque.
(Acervo Zuleide de Paula).
lavadeiras no Rio Beberibe em Peixinhos em 1927.
As Lavadeiras vinham de outros bairros lavar as roupas das patroas, e até havia quem alugasse bancas para elas lavarem as roupas em pé. Algumas enquanto ensaboavam suas roupas, cantarolavam. Para tirarem a sujeira forte, metiam o cacete pra cima. Para alvejar, enrolava o sabão com ramas de melão São Caetano. Depois estendiam tudo na grama para quarar. Estava na hora do lanche. De lenço ou chapéu na cabeça, sentavam no pasto para comer sua carne de charque com farinha ou as bananas que adolescentes vinham vender em pequenos balaios.
De volta do lanche, enxaguavam a roupa que já havia quarado. Ao final da tarde, os barqueiros se recolhiam. Na ponte de dois troncos de coqueiros, já não transitavam ninguém. Então, as lavadeiras se despiam e se atiravam no rio. Depois do banho, voltavam para casa com suas trouxas de roupas cheirosas e limpas, sem uso de água sanitária ou sabão em pó, pois não existiam.
Antes de se tornar um rio poluído, o Beberibe era a diversão das crianças que viviam tomando banho nele. A toda hora entravam na água, nuas, para não gastar calção. Afogamentos? Ninguém recorda. Mas sempre nos recordamos da brisa gostosa que soprava, acompanhando o sol que não era tão quente.
As águas do rio que passava por trás do matadouro recebiam o sangue que jorrava do abate do gado; do Curtume recebiam a água podre da curtição do couro. Mais tarde, a Fosforita ajudou a aumentar a poluição, ao jogar no rio a água que saía do tratamento do barro; a fábrica de papel, do bairro de Dois Unidos também despejava seus dejetos no Rio Beberibe.
Texto do Livro: Peixinhos : um rio por onde navegam um povo e suas histórias. de Zuleide de Paula.
terça-feira, 7 de março de 2023
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