A Fábrica da Fosforita Olinda S/A.
Em 1953 começava-se a dizer que nas terras que pertenciam a Usina Catende havia um barro muito bom que continha muito Fosfato e servia de adubo já conhecido em outros países. E este barro viria a ser grande fonte de riqueza e bastante trabalho para o povo.
Começava assim uma nova etapa em Peixinhos. Os donos da terra, Família Costa Azevedo, começaram a construir a fábrica, furar ou cavar poços em busca de fosfato. As casinhas a ser indenizadas pela quantia que o capataz achasse que merecia.
Iniciaram a indenização das casas pela antiga rua da Amizade, onde hoje fica um deposito na Avenida Presidente Kennedy, estabelecendo-se até as barreiras, onde hoje é o bairro de Aguazinha. E assim a cada semana casas iam ao chão e seus proprietários, com o pouco dinheiro na mão, ficavam sem saber para onde ir.
Tratores e dragas enormes chegavam para as escavações. Crescia tão depressa a Fosforita, que assustava. Chegava gente de todas as cidades do interior e de outros estados, formando uma nova população e uma nova cultura, Os tratores trabalhavam o dia inteiro para melhorar o tráfego facilitando o transporte do fosfato para o cais do porto.
As meninas e moças já nem conseguiam estudar, para flertarem com os motoristas e tratoristas. E a Fosforita crescendo.
Havia também o barração, onde os funcionários deixavam seus salários comprando gêneros alimentícios. No começo funcionava na Av. Dr Pernambuco, por trás da Escola Monsenhor Fabrício, depois cresceu muito sendo transferido para dentro da Fábrica.
(Relato de Zuleide de Paula do Livro: Peixinhos Um Rio Por Onde Navegam Um Povo e Suas Histórias).
Um Segredo Bem Guardado.
É de natureza das coisas velhas criar histórias, sugerir à imaginação popular alguma lenda de fantasmas ou tesouros escondidos. No caso do Engenho da Ajuda, quantos não teriam escavado as ruínas atrás de uma veneranda arca de moedas, ouro em pó ou joias, levados por alguma história de preto velho, outrora escravo no bangüê.
Poderia parecer incrédulos pura perda tempo andar à cata de tesouros nas terras de Jerônimo de Albuquerque, mas o interessante é que não estavam muito longe da verdade aqueles que ali buscaram a fortuna. Ela sempre esteve ao alcance de todos, guardada por milênios e milênios pela natureza, coisas de seus segredos, e que somente em 1950 permitiria revelar-se o mistério.
A Descoberta
Das lendas surgiu, porém, uma história real, que começou assim: o Engenheiro Paulo Duarte furava um poço de água mineral nos antigos terrenos abandonados do Engenho da Ajuda, Hoje Forno da Cal, quando a sonda de prospecção trouxe pedaços de uma matéria esbranquiçada; submetida a exame, revelou ser fosfato, argamassa de restos ósseos marinhos ali acumulados quando Pernambuco ainda era oceano, e há milhões de anos encobertos pela camada sedimentar que formou o litoral nordeste do país.
Era uma descoberta muito importante para a economia brasileira, pois, até bem há pouco, pensava-se não existirem em nosso subsolo, especialmente o brasileiro, bastante pobre nesse minério.
Grande foi o entusiasmo com o que se lançou ao trabalho um grupo de homens - industriais e técnicos __, para o levantamento completo da verdadeira extensão dos jazidas de Olinda. Após 3000 perfurações, e 60 mil metros de sondagens, o que exigiu três anos de trabalho intenso, constatou-se a presença de 50 milhões de toneladas de fosforita da melhor qualidade, com índices elevadíssimos de anidrido fosfórico.
Assim foi singularmente revelado o tesouro do Engenho da Ajuda, enorme e importante riqueza para o futuro da nação.
(Fonte: Revista O Cruzeiro de 28 de Maio de 1960).
Fosforita Olinda S/A. Bairro de Peixinhos.
Extração de Fosfato em Peixinhos Olinda.
Piscinão da Fosforita.
Guindastes de Extração de Fosfato, Bairro de Peixinhos - Olinda.